Assembleia dia 29

É noticiado hoje em dois jornais que o Sporting vai convocar uma Assembleia Geral no dia 29 de Maio. Segundo os dois diários irá ser discutido:

- a reestruturação financeira do clube que deverá reduzir o endividamento do clube em 85 milhões de euros

- possibilidade de o estádio e a academia passarem para a SAD (único património que o clube possui, não considerando património a participação na SAD)

Gostava sinceramente que os sócios fossem antes da assembleia esclarecidos sobre estes dois pontos. Ao não o serem, não será permitida a apresentação de argumentos contraditórios até pouco antes de uma eventual votação.

Pessoalmente, e relativamente aos dois pontos acima, acho que:

- uma redução de um passivo só é possível quando a respectiva dívida é paga. E pode ser paga como? Ou com activos (dinheiro ou outros activos, como os passes dos jogadores) ou com capital próprio (aumentando-se o capital próprio ou vendendo acções da SAD). Confesso que esta é uma dedução baseada apenas em algum conhecimento contabilistico que possuo e num grande desconhecimento da realidade económica e contabilistica do Sporting e das actuais intenções da administração. Mas sinceramente não vejo outra forma de proceder à tal redução do passivo. E qualquer uma das duas soluções é no mínimo discutivel e preocupante.

- mais uma vez, sem conhecer ainda a fundo o que poderá motivar tal operação, as referidas movimentações entre empresas pertencentes ao grupo Sporting levantam muitas dúvidas. À partida considero que existem três tipos de vantagens em que exista um universo de empresas com segregação de bens e responsabilidades:
i) vantagens na área fiscal, as quais desconheço;
ii) vantagens em incentivar o aparecimento de terceiros que possam contribuir ou mesmo investir em determinadas processos especificos do negócio;
iii) vantagem (discutivel a palavra) em dotar de uma maior independência a tomada de decisão nas empresas do grupo. Isto porque: no clube a administração responde perante os sócios; na SAD a administração responde perante a administração do clube. No fundo, não consigo evitar de pensar que não se trata mais do que afastar a tomada de decisão dos sócios do SCP.