Confesso que me sinto bastante confuso relativamente ao Plano de reestruturação financeira em curso relativamente á SAD. A este respeito, penso que será util ler com atenção a acta da AG da SAD realizada em 9 de Setembro de 2010, publicada no site do Clube e em que o Plano foi aprovado (ver aqui).
Será também util dar uma vista de olhos a este post colocado a Norte e aos comentários efectuados relativamente ao mesmo.
Com a devida vénia e pedindo desde já autorização ao caríssimo Leão de Alvalade, citaria desde logo uma transcrição do post, retirada de um artigo de Pedro Guerreiro no Jornal de Negocios que me oferece bastantes duvidas:
"A reestruturação passa pelo que se chama de “operação harmónio”: redução seguida de aumento de capital; integração do estádio e da Academia; emissão de VMOC`S. No fim da jigajoga o Sporting ficará a controlar ¾ da SAD, o BES e o BCP ficarão com perto de 15%, Joaquim Oliveira – que já teve 20% - fica com cerca de 2% e os sempre maltratados pequenos accionistas guardarão umas acções de baixo valor."
Não consigo perceber como é que o Sporting Clube de Portugal atingirá 3/4 de participação social no final da Operação...Senão vejamos, hoje a participação rondará os 62% segundo julgo saber, para um capital que se reduzirá para 21 milhões de Euros. Adquirindo os 11% da Nova Expressão ficará com uma participação de cerca de 73%.
Em seguida será efectuado um aumento de capital de 18 Milhões de Euros (o Clube vai acompanhar, mantendo a % relativa?).
Pelo que se diz (não consta da acta da AG) a participação social do clube aumentará com a incorporação da academia (23,6 milhões?) e direitos de superficie do estádio(que valor?) a incorporar na SAD.
Toda esta operação tem contornos que me escapam, até pelas nuances relativas á academia e direitos de superficie do estádio, mas para o Clube assegurar uma participação de 75% na SAD no final da operação, esta terá de passar para um capital social de 220 milhões de euros, isto partindo do principio que os 55 Milhões em VMOCS serão incorporados no capital social... Ou estarei a incorrer num erro grave de percepção da operação?
Quanto aos 2% de Joaquim Oliveira no final da operação, haverá alguns comentários a fazer:
- Quem garante que Joaquim Oliveira não vai subscrever as VMOCS? Quem garante que outra Nova Expressão não subscreva também as VMOCS?
- Partindo do principio que Joaquim Oliveira não o fará e ficará de facto com uma participação baixa na SAD, vários raciocinios poderão também ser feitos:
1) Oliveira visava com a participação na SAD de facto gerar mais valias da valorização das Acções ou geração de dividendos e considera agora que tal não é viável. Confesso que acho este raciocinio ilógico. Ninguém no seu perfeito juízo pode achar que vai tirar mais valias de um investimento numa SAD em Portugal (e já agora em mais de 90% dos clubes europeus). Eu pelo menos não investiria o meu dinheirinho num negocio destes na optica do lucro...
2) Oliveira acha que o Sporting perdeu margem de manobra no futebol portugues e já não é interessante para o seu verdadeiro negócio (televisão e publicidade) pelo que não se justifica a participação na SAD.
3) Oliveira acabou de renegociar o contrato com o Sporting para lá do horizonte temporal que estava inicialmente previsto (como sabemos que aconteceu) e não acha que a Sociedade lhe possa colocar quaiquer entraves ao negócio a prazo (a SAD estará totalmente dependente destes valores e sem margem de manobra para futuras negociações) não existindo o perigo de virem dali contratempos, pelo que já não precisa de estar na SAD (ao contrário do que se passa no Benfica e do FC Porto que têm uma margem de manobra muito superior e onde convém estar). Inclino-me mais para esta hipotese...
De qualquer modo, no meio dos contornos nebulosos desta operação, tenho de confessar que me faltam peças no puzzle (não serei o unico certamente) para fazer um juízo completo de toda esta jigajoga, como lhe chama Pedro Guerreiro...
Uma coisa é certa para mim. Se o Sporting quer ter futuro, o Clube deve controlar a SAD, não ficando dependente de terceiros e não seria uma má noticia se de facto fosse assegurada (não me parece que seja assim) uma participação de 75% na SAD. Desde que...o Clube venha a ter dirigentes num futuro proximo que percebam o negócio, que percebam o Clube, que sejam de facto profissionais. E desde que...os socios sejam menos amorfos e mais exigentes! Ou seja, desde que...a gestão passe a ser outra, que não afaste os accionistas externos (sempre bem vindos desde que não controlem a gestão) como esta tem feito e também não afastem os accionistas internos (socios via participação do Clube).
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
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