terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estratégia do Sporting

Estando novamente num momento complicado no aspecto desportivo assume particular importância elevar a discussão que impera entre os Sportinguistas. E o que vou aqui escrever é coerente como que já vinha vindo a escrever no período pré-eleitoral e pós-eleitoral, sendo que é importante sublinhar que não apoiei esta Direcção e os que participei activamente no acto eleitoral e na campanha do Bruno de Carvalho.

Deixando um pouco de parte as discussões sobre os jogadores que devem entrar em campo e as discussões sobre o impacto das más arbitragens nos nossos jogos acho importante sublinhar 3 aspectos:

1. Estratégia para o futebol (recrutamento)

Tendo o Sporting uma Academia que recorrentemente é capaz de gerar grandes valores para o futebol profissional e estando actualmente o futebol jovem português a passar por um momento de grande mediatismo, acho importante que se discuta qual o modelo que se pretende para o Sporting e o porquê de actualmente esta Direcção estar conduzir o clube no sentido oposto.
Recrutar 16 jogadores (todos eles estrangeiros com excepção para o regressado André Martins) e assumindo que 4 deles (Arias, Turan, Carrilo e Rubio) são apostas para o futuro e não para o presente, passa uma ideia que o clube vai ignorar os jovens jogadores formados no clube. O que pensarão os agora juniores de último ano? Não estarão tapados na próxima época pelas apostas estrangeiras?

2. Treinador e equipa técnica

Na última década o clube tem apostado, regra geral, em jovens treinadores portugueses com experiência apenas em clubes portugueses. Volto a repetir neste fórum que há muito que sou da opinião que o Sporting precisa de um treinador conceituado, com nome já firmado a nível internacional e que detenha um poder ao nível do balneário que um jovem português dificilmente detém.
Além disso, a estrutura técnica de suporte, seja os adjuntos, seja o preparador físico, seja o departamento médico, deverá ser da mesma forma investido de uma maior exigência, de forma a poder corresponder mais eficazmente às exigências de um clube como o Sporting.

3. Financiamento do clube e perspectivas futuras

Apesar do desconhecimento que é imposto aos sócios do Sporting acerca das contas consolidadas, ninguém acredita que o estado do Grupo Sporting será razoável. Todos nós desconfiamos que o estado financeiro do nosso clube está num estado muito grave para não dizer catastrófico. Assim, e tendo em conta a necessidade urgente de acabar com o aumento do endividamento, deviam haver restrições orçamentais severas com o óbvio impacto no investimento anual das equipas profissionais. Estas restrições acabariam por potenciar os dois pontos anteriores, levando o clube a apostar efectivamente na sua formação e num treinador capaz de optimizar ao máximo os recursos existentes.

Nestes 3 pontos, actualmente, o clube vai em direcções opostas, apostando no recrutamento estrangeiro, equipas técnicas sem grande experiência e num investimento significativo, arriscado e muito provavelmente sustentado no aumento do endividamento.

3 comentários:

kevs disse...

Amigo MRL,

De forma geral concordo com a análise efectuada.

Contudo, em relação ao ponto 1), a estratégia de recrutamento deverá estar alinhada com os objectivos desportivos. E os objectivos do Sporting terão de passar pela conquista de títulos. Isto dificilmente será conseguido recorrendo somente à formação, como aliás se tem visto nos últimos anos. Portanto, neste aspecto terá que haver um equilíbrio entre o que provém (qualitativamente: não se formam CR's todos os anos) da formação e o que se adquire externamente.

Este ano era fundamental recorrer ao mercado externo, não havia hipótese de reforçar a equipa somente com ex-júniores. Agora, se a estratégia (tanto quantitativa, como das necessidades técnico-tácticas da equipa) foi a mais correcta, também ainda não tenho a certeza.

De qualquer forma, concordo que a estratégia adequada passe por potencializar a nossa formação, e que este ano terá sido de ruptura. Tendo um plantel forte será mais fácil valorizar as pérolas da formação que iremos integrando na equipa principal.

Um abraço,
kevs

MRL disse...

Amigo Kevs,

nem 8 nem 80. Sou apologista que o plantel do SCP, composto por cerca de 24/25 jogadores terá sempre que incluir 4 ou 5 jovens da formação e os restantes 20, esses sim, jogadores já com experiência e se necessário recrutados no exterior. Desta forma, não só temos possibilidade de equilibrar as contas mais facilmente, como potenciamos o trabalho feito na Academia.

Anónimo disse...

concordo com tudo o que tem escrito neste forum.mas o principal responsavel que deveria levar a cabo essas ideias esta a tomar o caminho errado.
esta a seguir o caminho das arbitragens,do qual existem erros,sim.
mas do qual nao se justificam os resultasdos negativos e exibiçoes muito fracas de alguem que se diz candidato ao titulo.
e no fim dos jogos os jogadores ouvem o presidente nas entrevistas a por a culpa nos arbitros e é claro que nao se sentem muito culpados e nao reajam como deveriam...