No domingo passado, saiu no jornal Record uma entrevista do presidente do Atlético CP, o sr. Almeida Antunes. Curiosamente o Atlético que hoje joga contra o Sporting.
Pelo facto de ter nascido e vivido em Alcantâra até aos meus 15 anos, sempre considerei o Atlético o meu 2º clube. Sempre acompanhei o seu desempenho na 2ª B e na 3ª Divisão, até que há 1 ano atrás tive a alegria de poder ver a subida de divisão.
Este ano a vida não tem sido fácil e até à data já passaram por lá 3 treinadores. A formação do plantel também tem sido dificil.
Com a entrevista fiquei a perceber muito melhor os problemas porque passa esse clube. Apesar das dificuldades achei exemplar a entrevista do seu presidente. Acho que os adeptos e sócios do Atlético devem sentir-se orgulhosos de todo o percurso percorrido até aqui.
Deixo aqui algumas partes dessa entrevista:
Relativamente ao orçamento do Atlético : “… O mais baixo! O futebol vai custar cerca de 300 mil euros. Gastamos o que recebemos. Antes da época arrancar sabemos que temos 225 mil euros da Sport Tv, 30 mil da Taça da Liga e mais 18 ou 19 mil da compensação da entrada das equipas B. Como pensamos poder atingir a segunda fase da Taça da Liga contamos com mais 30 mil.”
Com esta declaração conclui-se que o tal orçamento mais baixo da II Liga será de +/- 300 mil euros. Se dividirmos 300 por 20 jogadores dá 15 mil euros por jogador. Dividindo pelos 10 meses, que habitualmente são utilizados nos contratos de jogadores de futebol, dá 1500 euros! Brutos é claro...
Sobre outros clubes: “ … Fico feliz por saber que, neste país, ainda existem câmaras e governos regionais capazes de ajudar os clubes. Faz-me confusão é ouvir determinadas coisas. Deviam meditar antes de debitarem coisas como se fossem papagaios. Também sei fazer brilharetes com o dinheiro dos outros. Nós no Atlético não temos esses empurrões. E o mais interessante é que com tantas ajudas, só ouvimos falar em clubes falidos, SAD sem viabilidade,etc. Mas curiosamente as inscrições vão para a frente, fazem-se contratações e oferecem-se grandes contratos.”
Sobre as certidões apresentadas pelos clubes inscritos nas competições profissionais:
“Só gostava que fossem públicos esses documentos. Podia ser interessante que as pessoas pudessem observá-los”.
Sobre a situação geral do Atlético : “Uma coisa é certa: ao contrário de outros , se hoje resolvessemos fechar as portas, bastava vender os edificios que possuimos e cada associado ainda tinha direito a levar uns euros para casa.”
Com esta entrevista entende-se a realidade do futebol português. A concorrência desleal impera e os clubes mais pequenos que não gerem dívidas bancárias vivem numa realidade diferente, com equipas que só podem lutar por não descer.
No entanto, sentido que sou também um adepto deste Atlético, sinto que o futuro poderá ser diferente e que mais tarde ou mais cedo a boa gestão irá compensar. E quem sabe um dia não posso ir ver o Sporting a jogar na Tapadinha.
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2 comentários:
Também li a entrevista (mas não comprei o jornal), também sou de Alcântara e o Atlético, também é o meu 2º clube, depois do Sporting! Curioso! Conheço pessoalmente A.Antunes é um grande dirigente. Alcântara era uma terra de sportinguistas e era bom que isso não se perdesse. O Sporting a ter que emprestar alguém deveria ser sempre ao Atlético C.P. S.Leoninas.
Bom post!
SL
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