Este foi possivelmente dos piores jogos que já vi em Alvalade. Do mundo. De sempre.
Já não postava nada há algum tempo. Sinceramente porque me aborrece estar sempre a bater no ceguinho e porque sinceramente já não sei o que dizer deste Sporting. Uma coisa eu sei e vou continuar a defender: não me parece sinceramente que o problema esteja na equipa. Ponto final. Sejam treinadores, seja a mais provável direcção, não me parece que tenhamos um mau plantel. No mínimo, não me parece que tenhamos o plantel que temos visto jogar.
Temos sim uma direcção de idiotas, o nosso clube e a sua administração e governo estão uma bandalheira e isso esta a traduzir-se nos resultados, como seria inevitavel. Se a casa não está arrumada, muito dificilmente haverá a tranquilidade para se criar uma equipa como se pretendia.
That being said... aborrece-me que não seja possível ganhar a esta Académica.
Atrás de mim esteve um jovem delinquente que passou o jogo inteiro, do principio ao fim, à beira de um ataque de coração. Nunca tinha ouvido ninguém gritar tanto e de forma tão incoerente. O rapaz coitado não percebia muito de bola é um facto. Labregou o jogo inteiro com tudo o que tinha e contra tudo o que se mexia. Mas ainda assim, e apesar do mau aspecto que acho que adeptos destes dão ao meu clube (sou um elitista, processem-me!), não deixei de ter uma certa pena do moço e de achar que esta direcção não merece gente com este amor tão cego e tão absolutamente idiota. Afinal de contas, apesar de todos os adjectivos negativos, não deixa de ser amor.
Sai de Alvalade decepcionado, com pena e algum receio pela saúde do catraio, mas acima de tudo sem saber bem que raio de prenda de anos fomos dar ao nosso novo treinador. Espero mesmo que ele saiba o que fazer no meio desta bodega, porque eu sinceramente, do topo da minha ignorância futebolística, não percebo o que é preciso para pôr esta gente a jogar.
Godinho, safadão (não foi safadão que eles gritaram)! Pede a demissão!
Talvez. Não sei até que ponto isso não poderia ser ainda pior, mas neste momento acho que o pânico e o terror por ver o que esta gente está a fazer ao meu clube supera o receio de isto poder descambar sem uma direcção. Seja essa qual for. Sim Godinho, pede a demissão por favor.
Voltando ao jogo, apesar do erro do árbitro a transbordar o roubo descarado no final, parece-me possivel resumi-lo da seguinte forma: foi um jogo incompetente de uma equipa incompetente contra outra equipa incompetente arbitrada por uma terceira equipa incompetente.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
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4 comentários:
Foi mau demais. Foi angustiante. Foi de levar ao desespero. Uma equipa perdida psicologicamente e sem capacidade para impor a sua qualidade em campo. Não há optimismo que consiga resistir ao que se tem passado, semana após semana, quando o Sporting entra em campo. Voltámos a não sofrer golos, algo que só tinha acontecido com V. Guimarães e Basileia, mas por outro lado o ataque foi miserável. Sem dinâmica, sem desequilíbrios e com uma estratégia muito mal pensada, à espera que uma consistência da mediocridade pudesse fazer a diferença. Oceano também é culpado, muito culpado. Afinal de contas, isto também é o Sporting.
Gosto de acreditar que aprendi a ser do Sporting, ninguém me ensinou, ninguém me forçou ou indicou o caminho. Encontrei uma figura a copiar na família e percebi com ela o sportinguismo. Dava-me lições do que era o Sporting mas sem me impor o que quer que fosse. Mostrava-me o que o clube tinha de bom sem sequer precisar de dar a entender o que tinha de mau. Era a fase do jejum, ninguém deixava passar isso em claro. Não faltavam adultos a promover lavagens cerebrais, a ridicularizar o Sporting e a vangloriar o Benfica. Ser do Sporting era mais do que isso, era ter orgulho.
É perfeitamente natural que tenha uma visão mais romântica daquele tempo, de achar que naquela fase, apesar de não ganharmos, é que era. Para mim, era porque havia Balakov, um mago búlgaro que fazia tudo. A classe abundava naquelas equipas, com Figo, Cadete, Peixe e até Nélson e Paulo Torres pareciam dois laterais de fazer inveja a todos os adversários. Ofensivos como se queria numa equipa com o Sporting. Mas sejamos honestos, essa geração apareceu num período em que o Sporting esteve 13 anos sem ganhar um único campeonato, uma única Taça de Portugal. Salvou-se uma Supertaça a que fomos por termos perdido a Taça de Portugal. Por outro lado, tenho a certeza que quem tenha nascido dez anos, dirá o mesmo do que eu mas sobre António Oliveira ou Manuel Fernandes. E que quem veio depois terá João Pinto ou Hugo Viana. É sinónimo do romantismo que sentimos quando estamos a crescer em volta de um fenómeno.
O mundo mudou. O Sporting parece estar imerso numa nova fase terrível e leio constantemente desabafos de adolescentes que dizem que o Sporting não é isto. Têm 15, 16, 17 anos. Faço as contas e vejo que não sabem o que dizem. Só por terem aprendido a falar enquanto se ganhavam títulos, não quer dizer nada. O Sporting não devia ser isto, isso sim. Mas é isto. É isto agora, foi isto há 20 anos, foi isto praticamente desde a década de 60, em que se contentava por ganhar um título a cada três do Benfica.
E o que posso dizer mais? Este Sporting está capaz de envergonhar o adepto mais optimista mas ser do Sporting continua a ser um orgulho. Ser do Sporting é ser diferente, sim. Não é melhor, nem pior, é diferente. Ter liberdade de escolha e optar pelo Sporting é único. Não é ser alternativo ou hipster, mas ter personalidade. Não é ser refém do "maior de Portugal" ou do que ganha mais. É abrir os olhos, ponderar e escolher um caminho, porque a vitória não pode ser o único fundamento de uma escolha, de uma paixão.
Sofro com este Sporting. Sofro eu, sofres tu, sofrem os adolescentes que acreditam que isto não é o Sporting. Infelizmente, já não sofre quem me mostrou o que era ser do Sporting. Já morreu e é uma pena. Faz-me falta ter alguém tão próximo com quem partilhar este orgulho.
Obrigado por este comentário. É o que posso dizer. :)
Não há nada para agradecer, houve foi uma enorme vontade de partilhar como não acontece com o post mais comum
Sporting pensado, esse orgulho por vezes transforma-se numa enorme angustia, porque nessas fases dificeis havia uma coisa que hoje se está a perder: exactamente o orgulho. A paixão. Multidões que eram Sporting até ao tutano, que sofriam Sporting, que gritavam Sporting, que sonhavam Sporting, que choravam Sporting. Havia um Sporting que era orgulhosos mesmo não ganhando títulos. Que olhava o Real Madrid e o Barcelona olhos nos olhos. Havia mistica. Havia dirigentes que diziam que o Sporting era o maior clube do mundo. Que também sentiam o clube, mesmo que às vezes fizessem grossa asneira (lembro-me sempre de João Rocha).
Hoje não há nada. Há uns milhares de doentes que ainda estão ligados à ideia de Sporting com que a minha geração cresceu. Mas cada vez são menos. Há dirigentes chupistas, oportunistas, malandros, incompetentes que não fazem ideia da força da instituição que têm a sorte de dirigir.
Sporting, que futuro?
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