Padrõezinhos

Ora foi com alguma surpresa (ou se calhar nem por isso) que hoje, mesmo em antes de sair de casa para um fim de semana prolongado vi uma notícia nesse aglomerado de páginas online que é o Record: Adrien inegociável.

Fico contente por saber que se estão a proteger as jóias da nossa formação, que a nata da nata da academia do Sporting é considerada um bem a proteger com unhas e dentes, que a direcção sente que um jogador que formamos deve retribuir ao clube a formação que este lhe deu... ah espera: é o Adrien.

À partida é um pouco ingrato conjecturar sobre uma notícia num sítio com a credibilidade jornalística que todos sabemos que o Record tem, mas ainda assim pergunto-me: porque raio é que o Adrien é inegociável? Porque é uma questão de nova política? Porque é um jogador do outro mundo? Ou se calhar porque a proposta foi de apenas 1.5M€...

Para mim não faz sentido que se tenham deixado sair Quaresma, Ronaldo e Nani por tuta e meia, mas 1.5M€ por um jogador banalíssimo como o Adrien é um roubo e o sujeito é inegociável. É como assaltarem a nossa casa, levarem o ecrã gigante, a PS3, o sistema de som e as jóias, mas depois dizermos "ah mas o meu porta-chaves que é ultra-espetacular, esse nem o viram!".

Em boa verdade, concordo que haja uma política mais ou menos universal para proteger recursos da formação como o Adrien, por mais ou menos especiais que sejam. Nisso admito que concordo com a nossa direcção, isto supondo que é uma nova política.
No entanto, parece-me um pouco tótó que se fale em inegociável em vez de "epah eu quero é que me paguem mais um bocado por este gajo porque foi caro dar-lhe aulas", porque nem como táctica de negociação me parece fazer muito sentido blindá-lo à partida.

Enfim, queria apenas poder voltar aos posts e este assunto pareceu-me pertinente de expôr à nação sportinguista: digam de vossa justiça que eu já disse da minha.