Há uns dias atrás leram-se na imprensa nacional comentários do ex responsável pela área financeira do SCP, o senhor Nobre Guedes. Dizia entre outras coisas:
«O que estão a fazer é reduzir os custos mas o Sporting precisa aumentar as receitas para ter mais lucros. São duas visões diferentes."
Concordo plenamente.
A visão da atual direção é uma visão responsável, ou seja, gastar apenas o que se ganha e depois começar a desenvolver ações para aumentar as receitas.
A visão deste senhor é a visão dos irresponsáveis que conseguiram desde Março de 2011 até Dezembro de 2012 um resultado líquido acumulado de -107 milhões de euros. Significa que os anteriores dirigentes conseguiram a proeza de ter os custos superiores às receitas em 107 milhões de euros!!!! Aumentaram os custos e depois ficaram à espera que as receitas acompanhassem os gastos. Obviamente não conseguiram. E por isso o SCP está à beira do abismo.
Espero sinceramente que a auditoria de gestão avance e que todos os sportinguistas saibam as verdades escondidas. E já que sou do Sporting e aprendi a ter esperança, espero que um dia estes irresponsáveis sejam corridos do SCP para sempre.
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3 comentários:
MRL:
Eu partilho da tua opinião e sempre defendi esse caminho. E também achei estas declarações no mínimo imprudentes.
Mas sempre encontrei também alguns argumentos sensatos para sustentar a visão contrária.
Tendemos a achar que basta baixar os custos para um nível inferior à receita para equilibrar as contas. Não é verdade.
Baixar os custos significa no nosso caso diminuir consideravelmente a atractividade de adeptos, pois a equipa que disso resulta dificilmente será competitiva. E sendo o futebol imprevisível, nao há como saber como correrá uma época com uma equipa de 17M.
Esse movimento pode muito bem ter uma consequência dramática na descida brutal das receitas, criando uma espiral em que o equilíbrio continua a não surgir e o défice agrava-se.
Posso assegurar que esse tema foi muito debatido pela direcção anterior.
Encontrar o equilíbrio certo não é fácil. Até agora ninguém conseguiu.
E a competência (ou falta dela) não explica tudo.
Espero sinceramente que esta Direcção seja nisto bem sucedida pois será aqui que se joga o futuro.
Caro JPS,
antes de mais obrigado pelo comentário pertinente e que faz de facto pensar no assunto.
Apesar de não estar 100% de acordo, há de facto muito sentido na argumentação.
O que eu acho é que entre uma estratégia condenada ao fracasso (custos muito superiores às receitas) e outra com riscos (baixar custos mas tentar manter uma equipa competitiva) o SCP não devia hesitar. Se tivessemos dinheiro no banco ou margem para investimento, então talvez fizesse sentido.
Obviamente que o baixar custos que falo só resulta se tivermos grande competência na elaboração do plantel. Mas não tem o SCP uma das melhores formações do mundo? E não temos ainda capacidade para ter uma equipa técnica capaz de valorizar os jogadores?
Desejo o mesmo que tu, que esta Direção seja capaz porque o futuro está muito comprometido.
Caro JPS, na minha opinião, muito do insucesso deve-se á más opções e não tanto a investimentos altos. O grande drama é que os investimentos altos foram feitos em ativos sem retorno. E aí voltamos às más opções (na escolha de quem dirigiu o futebol).
Se voltassemos 2 anos atrás no tempo ia-te dizer, como disse a outros, que com as opções tomadas ao nível de quem ia dirigir o futebol, os unicos resultados que podíamos obter eram estes que obtivemos. Ter razão antes do tempo pode não adiantar nada se quem manda são os outros...
O problema desta Direção é que ficou sem margem de manobra para fazer qualquer outra coisa que não seja reduzir drasticamente o orçamento. É uma estratégia de risco? É! Mas não havia outra...
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