Manolo Vidal

Nestes dias muito se tem falado de Manolo Vidal, a proposito da sua opinião de que a Academia forma bons jogadores mas tem falhado na componente humana.

Contudo, recordar Manolo Vidal é muito mais que falar neste topico. Recordar Manolo Vidal é falar de um Dirigente unico do ponto de vista profissional e humano. É falar de um grande Sportinguista, de um profissional unico, de um Homem íntegro!

Manolo Vidal terá hoje perto de 80 anos. Não sei se terá disponibilidade para se meter nos futebois outra vez. Mas a falta que um homem destes faz ao Sporting é enorme.

Se Manolo Vidal e José Manuel Torcato podessem voltar, trariam ao clube tudo aquilo que o Sporting não tem hoje. Profissionalismo, gestão, competencia, dedicação! E então se podessem voltar os dois e trazer com eles o Manel para funções Directivas no Sporting, isso seria o paraíso!

Eu sei que este desejo não passa de um desvaneio e um sonho. Mas não podia deixar de o exprimir aqui!

Gostava de deixar aqui um episodio passado há uns anos entre este nosso Galego (com orgulho) e o siciliano Pinto da Costa:

"No calor de uma refrega verbal entre Sporting e FC Porto, a propósito de já nem sabe bem o quê — a contratação de um jogador, um penalty, um golo mal anulado...—, veio Manolo Vidal para a praça pública lavrar o seu protesto enquanto responsável do clube de Alvalade.

Fê-lo ao seu estilo cavalheiresco, de dirigente com princípios, sem se alargar muito em discursos belicosos. Limitou-se, enfim, a mostrar a sua contrariedade sem grandes folclores. Respondeu-lhe o presidente do FC Porto de supetão, com uma entrada de «carrinho», com os dois pés, para utilizar um termo do jogo. Que Manolo Vidal não tinha razão nenhuma, que só dizia disparates, disse Pinto da Costa. E, «com a ironia do costume», tentou diminuir o director do futebol do rival fazendo pouco do seu sotaque «galego», troçando-lhe das origens.

Manolo Vidal não se ficou. Calçou um par de luvas brancas e respondeu, com a sua melhor cara, que tinha muito orgulho no seu sotaque «galego» e que de modo algum o trocaria por qualquer espécie de sotaque «siciliano». E perante esta demonstração de humor inglês, não se falou mais no assunto."