quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ainda temos alguma coisa?

Segundo esta noticia, 75% do passe de Rojo pertence a um fundo maltes.
Eu até percebo esta lógica de partilhar o risco e diminuir o investimento, que este tipo de transações permite. Mas...alguém me explica como vamos saír deste buraco financeiro e pagar a enorme divida que se acumulou, quando não temos qualquer hipotese de fazer mais valias que se vejam com venda de activos - passes dos jogadores do nosso plantel? É que não sei se já repararam, mas com todas as outras receitas, mesmo potenciadas, podemos simplesmente respirar e pagar as contas do dia a dia (o que nem tem acontecido - os sucessivos exercícios revelam prejuízos anuais sobre prejuízos anuais). Eu sei que com os outros clubes acontece o mesmo, mas com o mal dos outros posso eu bem.
No fundo a questão que coloco para o Sporting é a mesma que coloco para o país. Andámos a brincar aos dinheiros. E agora? Alguém acredita que algum dia o Sporting vai conseguir pagar a dívida que acumulou, seguindo este caminho (coloco a mesma questão para a dívida soberana do estado português)?

3 comentários:

MRL disse...

Fundo maltês que segundo li algures é detido em parte pelo português Jorge Mendes. O mesmo que contribuiu para o nossos insucesso desportivo ao impor certos jogadores no nosso plantel.

De facto, ao já não termos a maioria dos passes desportivos, resta-nos cortar custos. As receitas nunca irão passar dos 50 milhões porque as mais valias serão de outros.

Para sermos sustentáveis acho que não poderemos ter gastos com pessoal acima dos 15/20 milhões, ou seja, mais de metade dos valores atuais.

roulette disse...

Mais do mesmo...

Josesantos disse...

A questão da parte do passe de cada jogador hipotecado aos Fundos tem várias abordagens possíveis mas acho do mais elementar bom senso que não se ignorem aquelas que não interessam ao nosso ponto de vista. Isto para dizer que compreendo os que argumentam que este é o preço a pagar por um eventual sucesso desportivo futuro . Os mesmos que entendem – e eu concordo – que sem sucesso desportivo continuado um clube como o Sporting pode até ser viável mas não com a grandeza e a projecção que são uma sua característica histórica. Há pois outras abordagens. O problema coloca-se desde logo num contexto de eventual sucesso desportivo. Com a maioria do plantel nas mãos dos Fundos a alienação de parte do plantel permite antever duas consequências: o sucesso desportivo premeia os investidores e residualmente o clube. A alienação dos jogadores -resultado desse sucesso desportivo – não altera a viabilidade financeira e, pela perda de jogadores, conduz a novo ocaso desportivo.
Mas, antes da chegada do tal sucesso desportivo – que todos ambicionamos – o poder dos Fundos levanta outras questões. Em primeiro lugar quem quis o quê? Foi o Sporting que em função da realidade do seu plantel escolheu um determinado jogador ou foi o Fundo que o sugeriu. Os gestores do Sporting – Carlos Freitas, por ex – actuam sobre o mercado ou sobre a carteira dos Fundos? O jogador cedido pelo Fundo vem embrulhado em que condições? Falo da sua titularidade, imposta ou conseguida com mérito. O caso de Rojo é paradigmático. Lateral esquerdo na selecção argentina - nunca central – joga no Sporting a central. Implicou esta sua utilização a dispensa de Onyewu e o eclipse de Xandão. Houve aqui algum mérito para justificar esta afirmação ou apenas uma aposta – imposta – na valorização de um activo …. Do Fundo?
Eu nunca percebi a dispensa de Onyewu e o eclipse de Xandão mas, agora, percebo melhor as dinâmicas que se instalaram. O que vou conhecendo não me alegra.