sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O fosso aumenta

Desta vez o meu comentário ao último jogo do Sporting vai ser na mesma linha do que aquele que o meu amigo JG escreveu aqui. Normalmente, sou mais contido e menos agressivo, mas agora, e mesmo passadas quase 48 horas, não vou ser.

O que se passou na 4ª feira em Alvalade foi talvez um dos momentos mais tristes que vivi enquanto sportinguista. Não aquele triste por ter perdido um jogo, nem o triste por ter perdido uma eliminatória, nem o triste por achar que mereciamos mais.

Triste porque a imagem do meu clube bateu no fundo.
Triste porque num jogo que decidia o 1º lugar num grupo da Champions contra uma das melhores equipas do mundo estavam apenas 30 mil pessoas no estádio.
Triste porque em muitos momentos do jogo, a equipa do Barcelona parecia que estava a jogar à rabia.
Triste porque os jogadores do Sporting não fizeram ao Barcelona o que a grande maioria dos jogadores dos clubes pequenos faz ao Sporting: mais garra, mais vontade, mais empenho.
Triste porque os mil ou dois mil espanhóis que estavamo no nosso estádio deixaram rapidamente de mostrar entusiasmo, pela mesma razão que eu não mostro quando ganho 5-2 ao Pinhalnovense ou a qualquer outra equipa de escalão inferior.
Triste porque às tantas, alguns sportinguistas acharam píada fazer uns "olés" quando o Sporting tentava (a muito esforço) trocar uns passes sem ficar sem bola. Foi a forma pela qual reagiram a tamanha miséria. Rir para não chorar...

Depois de nos últimos 30 anos termos perdido o hábito de ganhar campeonatos, termos perdido sócios, termos perdido as modalidades amadoras, termos perdido assistências no estádio, só faltava mesmo perder uma coisa: a ideia que poderíamos estar ao nível dos melhores. Não só não estamos, como é abismal a diferença. Na minha opinião, Qualquer uma das 10 melhores equipas europeias está para o Sporting como nós estamos para um clube da II Liga portuguesa.

Venha o Congresso rapidamente porque esta administração e respectiva estratégia não está a dar resultados.

Ainda uma nota para o que de bom houve naquela noite : ver o Messi, Xavi e Henry. Que nível! Que categoria! São de outra galáxia.

Para terminar, era bom que o nosso treinador reparasse na forma como jogam as grandes equipas: primeiro toque, quase sempre passes curtos e rasteiros e uma constante movimentação dos jogadores que não têm a bola. E só mais uma coisa: o nosso preparador fisico também devia tentar ver as razões de tamanha diferença. Os nossos jogadores não correm metade do que os jogadores do Barcelona.

2 comentários:

Leão de Alvalade disse...

O seu post é pertinente e quase me atrevo atrevo a dizer que consubstancia o sentir de muitos sportinguistas.Aliás afloro o tema aqui abordado no post que hoje coloquei. E, sintetizando, todos (adeptos, sócios, dirigentes jogadores e equipa técnica) temos culpa do estado de coisas. Seja por acção ou omissão ou conformismo. Custou-me ver um sportinguista dizer no fim do jogo a um a das TV´s "paciência, é a equipa que temos". É esta atitude ou falta dela que é necessário combater.

MRL disse...

Concordo. A culpa é de todos nós sportinguistas. Mas agora não basta votar contra nas eleições. É preciso fazer mais. E o Congresso será o local certo para tal.