sábado, 1 de agosto de 2009

As minhas memórias...



Morreu Bobby Robson. Lembro-me de quando chegou, da apresentação ao plantel no primeiro dia de treinos, com o barulho de uma buzina em fundo e o mister a dizer à imprensa que era o treinador do Benfica a sabotar, lembro-me das conferencias de imprensa com os famosos "priiiimeira parte" e "segundaaaa parte" bem british no discurso algarviado do tecnico ingles, da boa disposição permanente e do dia em que a casa caíu.

Foi há muitos anos. O Sporting jogava em Salzburgo, eu tinha começado a trabalhar à poucas semanas e fazia ao mesmo tempo um curso pos faculdade, no Tecnico, daqueles pagos por fundos comunitários e em horario pos laboral. Em Lisboa, o Sporting tinha ganho 2-0 num jogo em que tive de fazer grande ginastica para assistir ao vivo, porque foi muito cedo e eu trabalhava perto do Cartaxo! Podíamos ter ganho por 6 ou 7, mas toda a gente achava que os 2-0 eram mais que suficientes para a 2ª mão contra aquele Casino!

Tinha curso, no dia da 2ª mão! No Tecnico! Das 6 às 8 e depois das 8H30 ás 10H30. Mas não podia perder o jogo! A solução foi ver o jogo num café ao pé do Tecnico e ir depois à 2ª parte do curso, a partir das 8H30. Já estava a preparar-me para me levantar do café assim que o arbitro desse o ultimo apito quanto o pesadelo aconteceu. Já a queimar o fim do jogo, no ultimo minuto, os austriacos marcaram o segundo e empataram a eliminatória. Depois o prolongamento impensavel acabou como todos sabem.

Nesse dia, do céu passámos ao inferno! Robson foi despedido, o campeonato acabou perdido no final da época (com a ajuda de Carlos Valente e dos canalhas vermelhos da federação, é verdade, mas foi perdido...) e Cherbakov perdeu-se para o futebol e para o Sporting 2 dias depois de Salzburgo, no final do jantar de despedida de Bobby Robson! No fim de semana seguinte perdemos 2-1 na Luz, num jogo que ganhavamos 1-0 ao intervalo (golo de Figo).

Às vezes, no futebol, como na vida, um minuto, um mísero minuto, pode fazer toda a diferença. Num minuto tudo muda e o que era verde passa a ser negro!

Esse minuto fez mister Robson quebrar o seu record de nunca ter sido despedido e Sousa Cintra cometer um erro colossal!

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